A meta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de garantir a todos os alunos da rede pública um computador no valor de US$ 100 não será cumprida e o que restou dela acabou "terceirizada" para os governos estaduais e prefeituras por um valor bem superior ao previsto.
Na segunda-feira (27/12), o governo anunciou a criação de uma linha de crédito concedida a Estados e municípios pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com limite de compra correspondente a 25% do total de alunos da rede pública. Ou seja, apenas um quarto da meta original.
Em 2006, Lula assumiu o compromisso quanto ao projeto do UCA (Um Computador por Aluno) após ouvir de Nicholas Negroponte, professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA), a proposta do laptop educacional de baixo custo.
Na época, fabricantes já afirmavam que o preço de US$ 100 era impossível de ser atingido nas condições pedidas pelo governo, como a garantia de três anos.
Dois anos depois, Lula acabou desistindo do projeto por considerar que ficaria caro demais instalar laboratórios de informática nas 55 mil escolas públicas do país.
Em 2008, o programa funcionou de forma experimental em Piraí (RJ) e em quatro capitais -São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Palmas.
Pela linha do BNDES, cada laptop custará R$ 344,18 (cerca de US$ 200) no Centro-Oeste, Norte e Sudeste -o valor engloba custos de entrega, garantia e instalação. Para Sul e Nordeste, será mais caro: R$ 376,94 (US$ 220).
Segundo as especificações do MEC (Ministério da Educação), o equipamento tem 4 gigabytes de armazenamento, 512 megabytes de memória, tela de cristal líquido de 7 polegadas e bateria com autonomia mínima de 3 horas.
(Simone Iglesias e Larissa Guimarães)
(Folha de SP, 28/12)
Nenhum comentário:
Postar um comentário